Ai daqueles que planejam maldade, dos que tramam o mal em
suas camas! Quando alvorece, eles o executam, porque isso eles podem fazer.
Cobiçam terrenos e se apoderam deles; cobiçam casas e as tomam. Fazem violência
ao homem e à sua família; a ele e aos seus herdeiros. Portanto, assim diz o
Senhor: “Estou planejando contra essa gente uma desgraça,
da qual vocês não poderão livrar-se. Vocês não vão mais
andar com arrogância, pois será tempo de desgraça. “Não preguem”, dizem os seus
profetas. “Não preguem acerca dessas coisas; a desgraça não nos alcançará.” Ó
descendência de Jacó,é isto que está sendo falado: “O Espírito do Senhor perdeu
a paciência? É assim que ele age?” “As minhas palavras fazem bem àquele
cujos caminhos são retos Se um mentiroso e enganador vier
e disser: ‘Eu pregarei para vocês fartura de vinho e de bebida fermentada’, ele
será o profeta deste povo!. Pequenos desastres acontecem todos os dias.
Desastres maiores não são tão freqüentes, mesmo assim, vários deles ocorrem
todos os anos. Um acidente pode mutilar e matar várias pessoas. Uma floresta em
chamas pode deixar delas centenas sem casa. Desastres naturais
tais como furações, terremotos e tsunamis podem eliminar
milhares de seres humanos. E algumas guerras matam muitas pessoas. Os homens
sempre se interessaram em relacionar esses acontecimentos com o que pensam saber
sobre Deus e sobre si mesmos, e o fazem de forma coerente com suas cosmovisões.
Entretanto, muitas pessoas adotam linhas de pensamento
incapazes de lidar com catástrofes e, dessa forma, pensam nos desastres apenas
como algo aleatório, sem sentido e inexplicável. Algumas pessoas se refugiam no
pragmatismo, focando-se em juntar pedaços; outras são
dirigidas ao cinismo e desespero. Porém, quer proponham
explicações próprias, quer não, ainda que as explicações concordem ou não umas
com as outras, elas estão unidas em condenar quem afirma tratar-se de atos divinos
para castigar os pecadores – adoradores de ídolos, blasfemadores, assassinos,
fornicadores, fraudadores, opressores, amantes de si
mesmos e não de Deus, e todos os que desejam eliminar os sinais da existência
de Deus de tribunais, escolas e famílias. Isso não se dá pela possibilidade da
comprovação da inocência dessas pessoas, ou da atestação de que Deus não pune,
mas pelo anátema imposto sobre quem ousa sugerir que Deus os castigaria com
guerras, enchentes e incêndios que às vezes matariam milhares de
pessoas. Qualquer um que ouse sugerir que um desastre
pode ser a punição divina legítima aos malfeitores é considerado cruel,
antipatriótico, ou coisa semelhante. Deve-se ressaltar que entre esses
indivíduos encontram-se tanto não-cristãos quanto cristãos professos. Eles se recusam
a crer que Deus seja a causa de que qualquer desastre natural ou “realizado
pelo
homem” como juízo contra os transgressores e advertência
para os demais.1 Nota do tradutor: “Estou planejando contra essa gente um
desastre”, na versão do autor (NIV). Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a
salvação” (Jonas 2.9) Entre outras coisas, os profetas bíblicos faziam
previsões e eram intérpretes divinamente inspirados da providência. Eles
declarariam ao povo o que Deus estava para fazer e o porquê
de sua ação. E após algo ter acontecido, eles poderiam
oferecer uma interpretação autorizada de como o acontecimento se encaixava no
plano de Deus. Eles eram capacitados pelo Espírito para “ler” infalivelmente a
providência. Sem essa inspiração divina, seria perigoso tentarmos fazer o
mesmo. Isso não significa a ausência de
conhecimento sobre as intenções e os propósitos de Deus,
mas não devemos ultrapassar a revelação e cair na especulação. Por outro lado,
isso também significa que enquanto permanecermos na revelação da Escritura, é
possível chegar a algumas interpretações gerais do que Deus faz no mundo e na
nossa vida.
A Bíblia nos diz que Deus pune os pecadores tanto com
desastres naturais quanto com os “realizados pelo homem”, desde contratempos e
inconveniências do dia-a-dia até enchentes, terremotos, pragas, fomes,
nevascas, e assim por diante. Todas as coisas ocorrem pelo decreto
e poder soberano de Deus. Algumas delas envolvem decisões
e ações humanas, e assim, distinguimos desastres naturais dos “realizados pelo
homem”. Isso não é atribuir liberdade aos seres humanos nesses
acontecimentos, como se pudessem fazer algo sem o poder
direto, ativo e constante de Deus, movendo-os a pensar e realizar o que ele
tenha decretado, mas é enfatizar o controle divino tanto da natureza quanto do homem, de forma
que até mesmo os chamados desastres “realizados pelo homem” foram planejados e
causados por Deus. Esses incluem guerras,
terrorismo e genocídio. Os desastres são “realizados pelo
homem” somente em sentido relativo.
Assim, segundo nosso propósito, a distinção não é estritamente necessária. Ressaltamos
que Deus é a causa direta, soberana e justa de todos os desastres de todos os tipos.
A partir desse ensino bíblico, podemos então formar interpretações gerais dos
vários atos da
providência, incluindo desastres naturais e “realizados
pelo homem”. E temos a garantia da Escritura para dizer que quando desastres
como furacões, tsunamis, e até mesmos ataques
terroristas ocorrem, matando milhares de pessoas, há
quase sempre um elemento de castigo divino. Para falar de maneira clara, Deus
mata pessoas por serem pecadoras e merecerem morrer, e por ser o tempo para
puni-las. Não é esse o ensino escriturístico? Se você rejeita isso, pode parar
também de se chamar um cristão, pois sua fé descansa em si mesmo e em
suas opiniões, e é evidente que você não tem nenhuma
consideração para com Deus e a Escritura. Então, outro efeito tencionado por
esses desastres é despertar os eleitos e endurecer os réprobos. O elemento
humano complica o assunto, embora não para quem lê e afirma a Escritura, e que
não se indignou com o ensino que não pode mais pensar
claramente. O que complica o assunto, para alguns, é que as próprias pessoas
usadas por Deus para punir pecadores são, não raro, igualmente ímpias. A
Escritura trata disso em diversos lugares. Quando Deus usa o ímpio para punir o
culpado, ele também planeja punir esse instrumento da providência no
futuro. De fato, Deus move-os para realizar atos
adicionais de impiedade e cumprir seu decreto: fazê-los incorrer numa ira ainda
maior. Isso foi demonstrado várias vezes na história de Israel. Quando o povo
caiu em pecado e idolatria, Deus enviou nações estrangeiras para massacrá-los e
escravizá-los. Mas esses invasores também estavam sujeitos à ira de Deus, e
precisamente por terem massacrado e escravizado o povo de Deus (movidos pelo
poder divino) que o juízo de Deus caiu sobre eles Monergismo.com – “Ao Senhor
pertence a salvação” (Jonas 2:9)
também, não muito tempo depois. Considere Israel no tempo
de Cristo. O Filho de Deus veio e os judeus o assassinaram, dizendo: “Que o
sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos!” (Mateus 27:25). Deus fez com
que o pedido deles fosse realizado. Dentro de uma geração, os romanos saquearam
e queimaram Jerusalém, e a devastaram completamente. Mas Deus também destruiu
os romanos. Esse é o padrão da providência.
Apenas a menção desse fato é considerada anti-semita para
muitas pessoas, mas elas são hipócritas. Que os judeus primeiro respondam pelo
assassinato de Cristo e dos milhares de cristãos que pereceram no início da
igreja, e então poderemos falar sobre anti-semitismo. A verdade é que esses
desastres foram obra de Deus, e adotar a mentalidade de que as vítimas são
sempre inocentes é mostrar que as pessoas ainda não aprenderam com a própria
história.
Como nos dias de Miquéias, elas ainda dizem: “A desgraça
não nos alcançará. O Espírito do Senhor perdeu a paciência? É assim que ele
age?”. Mas, a menos que eles se arrependam e creiam no evangelho, nem mesmo mil
holocaustos se assemelharão ao tipo de sofrimento que experimentarão após essa
vida. Certamente, isso não é verdade apenas para os judeus, mas
para todas as pessoas de todos os lugares. Por isso, é
verdade que podemos ler a providência de modo geral a partir das informações
dadas pela Escritura. Mas devemos nos assegurar de que
conhecemos realmente o que a Bíblia ensina e evitarmos ir além do que ela diz
em nossa interpretação. Para ilustrar: os amigos de Jó, que tentaram
confortá-lo, terminaram confundindo e até mesmo difamando seu caráter, pois
interpretaram incorretamente o motivo para aqueles desastres terem caído sobre
Jó. A Bíblia não diz que os desastres sempre ocorrem como
castigos divinos ou porque as vítimas pecaram. Lembre-se de João 9, onde Jesus
e seus discípulos se depararam com um homem cego de nascença. Os discípulos
enunciaram sua suposição ao perguntarem: “Mestre, quem pecou: este homem ou
seus pais, para que ele nascesse cego?”. Jesus respondeu: “Nem ele nem seus
pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus se manifestasse na vida
dele”. Todavia, isso não nos faz retroceder ao desconhecimento total dos
significados e propósitos
dos atos da providência divina. Os princípios estão na
Escritura, mas os amigos de Jó e os discípulos de Jesus presumiram
excessivamente, e os aplicaram de modo equivocado. Devemos evitar emitir
avaliações específicas sobre a razão de algo acontecer, pois ainda que
estejamos parcialmente corretos, Deus pode ter várias
razões para realizar seus atos, e não somente a que você imaginou. Por outro
lado, quem insiste que certo desastre no qual muitas pessoas pereceram não
ocorreu
como juízo divino comete o mesmo erro, apenas na direção
oposta. Eles alegam conhecer a mente de Deus numa proporção maior que a
declarada na Escritura. Quanto ao que rejeita a idéia da retribuição divina por
meio de acidentes naturais e de desastres “realizados pelo homem”, e da morte
de milhares de pessoas no processo, seu problema é incredulidade na Bíblia, e
por isso, deve ser abertamente confrontado e refutado nesse ponto. Uma coisa é debater
se determinado desastre é juízo de Deus ou não, em que sentido ele é juízo
divino, ou se o juízo é a principal razão, mas rejeitar esse conceito de
imediato é puro preconceito.
A Bíblia denuncia repetidamente como falsos profetas quem
oferecia falso conforto. Eles pregavam “paz, paz” quando não havia paz
(Jeremias 6:14). Anunciavam a prosperidade quando a calamidade estava às
portas. Deus condenou-os porque “tratam da ferida do meu
povo como se não fosse grave” (Jeremias 6:14). Já os
verdadeiros profetas de Deus, que Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a
salvação” (Jonas 2:9)
recebiam mensagens dele, entendiam que “para os ímpios
não há paz” (Isaías 57:21). Anunciavam o juízo a quem pecava. Considere os
desastres naturais mais destacados e recentes e também os “realizados pelo
homem” em várias partes do globo. Posso dizer, no mínimo,
que nenhum dos povos e regiões
afetados representava a santidade cristã. Sem a revelação
pessoal de Deus, não podemos alegar conhecer a mente divina a respeito das
razões e dos propósitos específicos para esses acontecimentos. Contudo, podemos
ser tão específicos quanto a dedução a partir dos
princípios escriturísticos nos permitir. Sobre essa base,
o mínimo que podemos dizer é que ninguém deveria ficar impressionado com a
idéia de que Deus tenha causado esses desastres para matar algumas pessoas como
aplicação do juízo contra elas, e como advertência para os associados com elas.
Talvez alguns concordem que as vítimas desses desastres eram pecadores que
mereciam o
que lhes aconteceu. Eles eram idólatras, fornicadores,
trapaceiros, opressores e amantes de si mesmos e da riqueza em vez de amarem a
Deus. Entretanto, pode parecer a essas pessoas que admitir isso seja colocar
mais lenha na fogueira, e desdenhar da memória delas. Embora eu entenda essa
perspectiva, não simpatizo com ela por exaltar o homem a ponto de honrar quem
se opõe a Deus, sem reconhecer a advertência proveniente
da morte deles. Em vez disso, quando o desastre acontece, deveríamos dizer:
“Essas pessoas eram idólatras, avarentas, lascivas e ímpias ao extremo. Embora
Deus possa ter outras razões, isso parece ser um juízo contra elas, e uma
advertência para os outros. Não estou pronto para encontrar a Deus nesse
momento. Se eu fosse uma das pessoas mortas, poderia estar sofrendo no inferno
agora. Se o desastre me atingisse hoje, temo que Deus me
lançaria da sua presença para ser atormentado no fogo do inferno para sempre.
Preciso me arrepender. Isso não pode esperar nem mais um minuto. Devo me
emendar agora”. Isso também deveria nos fazer pensar sobre outras pessoas, de
forma que lhes disséssemos:
“Amigo, você não está pronto para se encontrar com Deus.
O desastre poderia tê-lo
fulminado hoje, ou sua vida poderia ter sido arrebatada
ontem. Sua vida é apenas um vapor.
Arrependa-se! Arrependa-se! Arrependa-se enquanto há
tempo. Creia no Senhor Jesus Cristo.
Abandone seus pecados. Destrua seus ídolos. Clame para
que ele o salve dessa geração
perversa”. Sim, lamente a morte das vítimas, até mesmo
honre sua memória num nível
humano, mas não faça deles santos e heróis se eram
pecadores e transgressores. Antes, esteja
ciente de que “se não se arrependerem, todos vocês também
perecerão”.
Os réprobos não reagem dessa forma; os desastres os
tornam mais obstinados. Eles afirmam
entre si que as vítimas eram inocentes e honradas, e que
não mereciam o que lhes aconteceu.
Eles consideram impossível que Deus julgue dessa forma,
ou que ele as julgue assim. E se
esses desastres vierem mesmo de Deus, então ele deve ser
denunciado e amaldiçoado como
uma deidade injusta e indigna.
Que não haja nenhum mal-entendido: a perspectiva bíblica
não nos impede de oferecer
assistência prática aos sobreviventes. Isto é, mesmo que
tenham sido os objetos do juízo
divino, a Escritura nos ensina a demonstrar benevolência
mesmo para os nossos inimigos.
Puni-los por seus pecados é prerrogativa de Deus, na
extensão e no momento em que ele
escolher. Nosso dever é obedecer aos preceitos bíblicos
relevantes sobre como tratar as
pessoas. E, certamente, é ainda mais importante
pregar-lhes o evangelho, e dizer que somente
Jesus Cristo pode livrá-los da ira ainda maior que está
por vir. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
www.monergismo.com
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Quem nega a possibilidade de que esses desastres surjam
como juízo divino contra os ímpios
faz isso baseado em várias crenças e suposições que
subvertem o entendimento apropriado da
dogmática bíblica. Alguns deles parecem inferir que as
pessoas são intrinsecamente boas e
decentes, e não mereciam a morte horrenda que sofreram.
Por isso, algumas pessoas falam
como se Deus não as julgasse simplesmente por serem
americanas. Também os israelitas
caíram numa ilusão similar.
Em todo o caso, se o cidadão comum é inocente e não
merece o julgamento rígido de Deus, o
evangelho é desnecessário para a maioria das pessoas. Mas
a Escritura ensina que todos
pecaram contra Deus e transgrediram suas leis, de forma
que todos merecem a morte e a
destruição. Uma vez que afirmamos isso, não há razão para
nos chocarmos quando Deus
derrama sua ira sobre um grupo de pessoas, mesmo que mate
milhares delas repentinamente.
Ao contrário, isso deveria ser esperado.
Quem rejeita a possibilidade de que os desastres naturais
e “realizados pelo homem” possam
vir como juízo divino contra as vítimas não somente
contradiz a doutrina bíblica da
depravação humana, mas também representa Deus como alguém
que não julgaria e puniria
dessa forma. Às vezes, até mesmo cristãos professos são
abalados pelos acontecimentos, e se
perguntam o porquê de Deus “permitir” essas coisas. Mas
isso mostra que eles nunca levaram
a sério seriamente os relatos históricos da Bíblia a
respeito ao grande Dilúvio no tempo de
Noé, a destruição de Sodoma e Gomorra, e as pragas do
Egito.
Deus sempre julgou os pecadores por meio de desastres
naturais e dos “realizados pelo
homem”, matando milhares deles num momento. Isso é
totalmente coerente com sua natureza
santa e justa. Não há problema nisso, a não ser o fato de
que muitas pessoas não querem crer
na verdade sobre Deus e sobre si mesmas. Ao negar que
Deus é o Deus de desastres,
transmitem às as pessoas a mensagem de que ele pode ser
ignorado e até mesmo zombado
com impunidade.
Apesar disso, o universo não é uma democracia, e não se
pode democratizar ou
“americanizar” o Reino do céu. Você não tem direitos que
obriguem Deus a tratá-lo de certa
forma. Para Deus não há liberdade de religião, nem de
expressão e nem liberdade de
pensamento – caso você creia, diga ou até mesmo pense da
forma errada, Deus levará isso em
conta e o castigará por isso, a menos que você tenha sido
salvo de sua ira por Jesus Cristo.
Talvez você diga: “Isso faz de Deus um tirano”. Será Deus
injusto, a menos que ele se
conforme à sua teoria política? Essa própria objeção
evidencia a depravação humana, e
demonstra que os homens merecem os castigos divinos mais
severos. E quem disse que Deus
não pode ser um “tirano”? A etimologia desse vocábulo não
carrega as conotações negativas
que lhe são freqüentemente associadas; ele significa
simplesmente “um governante absoluto,
não limitado por leis ou constituição” (Merriam-Webster).
Nenhum pecador merece tanto
poder, mas o verdadeiro Deus não pode ter menos que isso.
Alguns cristãos professos resistem à doutrina bíblica da
soberania divina com essa objeção —
ela faz de Deus um tirano. A implicação é: ou eles
rejeitam Deus como “governante
absoluto”, ou alegam que um Deus que usa seu poder
absoluto da forma que desagrada esses
cristãos, abusa do poder. De qualquer forma, sua reação
os torna rebeles contra o Altíssimo,
em vez de filhos submissos. O problema mais urgente,
portanto, não é Deus ser corretamente Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a
salvação” (Jonas 2:9)
designado tirano, mas se essas pessoas são cristãs de
fato. Se eles são cristãos verdadeiros, momentaneamente confusos, então que se
corrijam imediatamente. A verdade é que Deus não apenas “permite” os desastres,
como se algo na criação tivesse poder para iniciar mudanças e movimentos
próprios. Porém, segundo o nosso texto, assim
como os pecadores “planejam maldades” e “tramam o mal em
sua cama”, também Deus declara: “Estou planejando contra essa gente uma
desgraça”. Da mesma forma que os pecadores planejam e realizam o mal ativamente
(e não de forma passiva), Deus de modo
ativo planeja e causa desastres contra eles. Não somente
ele planeja e causa desastres para afligir os pecadores, mas também deseja que as
pessoas saibam que ele é o realizador de todas essas tragédias, e por isso
envia seus profetas para anunciar o juízo. Quem nega que Deus planeja e causa
desastres contras as pessoas, incluindo as mortas recentemente em catástrofes
naturais e nas “realizadas pelo homem”, obscurece os ensinos bíblicos sobre
Deus, o homem, o pecado, a providência, o juízo e o arrependimento. Aceitar
esse conceito, portanto, equivale a um golpe mortal no
entendimento apropriado e coerente da dogmática bíblica.
Isso embainha a espada do Espírito, e diminui o poder e a urgência na pregação
do evangelho.
Além de comprometer a dogmática bíblica, e pelo fato de
realmente afetá-la, essa perspectiva que nega a possibilidade de Deus julgar os
homens dessa forma – por meio de desastres
naturais e dos “realizados pelo homem” – também ameaça a
eficácia da apologética bíblica.
Fala-se como se Deus não possuísse ou não exercesse
controle constante sobre a própria criação. A natureza não é autônoma? Como
seria? Qual sua fonte de poder? Ou, afirma-se que os desastres naturais
acontecem porque nossos pecados corromperam a natureza. Mesmo
que essa seja uma verdade, em certo sentido, ela não
responde a pergunta. Não podemos fazer nem mesmo um cabelo tornar-se branco ou
preto, e mesmo assim nossos pecados causam terremotos?
Pelo contrário, o ensino bíblico dá uma explicação clara,
correta e coerente, e convoca, de forma convincente, à fé e ao arrependimento.
É Deus quem ininterruptamente sustenta e controla toda a criação, quer a
natureza, quer os animais, sejam os homens ou sejam os anjos.
Nossos pecados têm, de fato, corrompido a natureza, mas
isso acontece somente porque Deus decidiu que essas mudanças na criação
aconteceriam em correspondência aos nossos pecados.
Ele é quem sustenta e reforça essa relação. Com toda a
certeza, Deus decretou nossos pecados, mas agora estamos considerando a relação
entre nossos pecados e a natureza. Deus disse a Adão: “Visto que você deu
ouvidos à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não
comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará
dela todos os dias da sua vida. Ela lhe
dará espinhos e ervas daninhas, e você terá que
alimentar-se das plantas do campo” (Gênesis 3:17-18). Adão não amaldiçoou a
terra, pois ele não poderia produzir espinhos e ervas daninhas, mesmo que
tentasse. Contudo, o pecado de Adão afetou a terra, não por haver uma relação
necessária ou inerente entre os dois, mas porque Deus estabeleceu essa relação
em
sua mente, e então amaldiçoou a terra, após o pecado de
Adão. O pecado é punido porque Deus deseja puni-lo, mas o pecado não possui
onipotência – ele não pode controlar a natureza, muito menos pode criar o
inferno e enviar a si mesmo para lá. A perspectiva bíblica é coerente e
convincente. Ela confessa com ousadia que Deus é quem faz todas as coisas.
Assim, quando somos inquiridos: “Onde estava Deus quando isso Monergismo.com –
“Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
aconteceu?” (é uma vergonha que mesmo cristãos professos
façam essa pergunta, não raro com profundo ressentimento), nunca deveríamos
responder: “Deus apenas permitiu” ou “Deus
não poderia impedir”. Antes, sem embaraço diremos que Deus planejou esse acontecimento
desde o começo, e quando ele aconteceu, Deus estava certo ao causá-lo,
realizando toda a sua vontade mediante suas boas razões e
propósitos. Onde estava Deus quando isso aconteceu? Ele estava ali, realizando
esse acontecimento, para a glória do seu nome e para o bem dos eleitos. E se
ele não estivesse ali, isso nunca poderia ter acontecido. Essa resposta bíblica
sem dúvida provocará raiva e confusão, mas a diferença é sua
veracidade: é bíblica e defensável. Poderemos, então,
continuar e expor aos nossos ouvintes a soberania de Deus, a depravação do
homem, e a salvação por Cristo. Os eleitos serão quebrantados e se voltarão
para Deus com fé e reverência. Os réprobos serão endurecidos e amaldiçoarão
esse Deus que exige obediência e pune a impiedade. Dessa forma, as palavras e
os atos divinos separam a humanidade em dois grupos.
Aqueles a quem Deus escolheu o
aceitarão como ele é, e o adorarão por sua soberania e
justiça. Os outros preferirão o Deus da sua imaginação, e serão condenados por
isso.
Se você conhece um não-cristão que morreu num dos grandes
desastres dos anos recentes – alguém que foi morto pela guerra, pelo
terrorismo, por uma enchente, ou por um incêndio – não lamente pela forma como
ele morreu, mas por seu sofrimento atual. Essa pessoa pode ser seu pai ou sua
mãe, seu irmão ou sua irmã, seu filho ou sua filha, sua esposa, ou um amigo.
Nesse exato momento, no inferno, o não-cristão está
gritando em agonia extrema, torturado por uma dor sobrenatural. Enquanto
amaldiçoa a Deus, ele ri dele. Ele implora para que Deus o liberte, mas ele
aumenta seu sofrimento. Ele grita seu nome, mas você não pode ouvi-lo nem
ajudá-lo. Ele relembra os tempos quando vocês dois ridicularizavam os cristãos
e zombavam do Deus deles. Pensa sobre o tempo quando um cristão o desconcertou
num
debate, mas ele endurece o coração. Lembra-se de como foi
encorajado em sua incredulidade ao ler certo romance que registrava a história
cristã como apenas uma grande conspiração. Agora ele percebe que a totalidade desse
livro eram velhas teorias refutadas há muito tempo. Um dos recém-chegados ao
inferno lhe diz que fizeram até mesmo um filme sobre o romance. O diabo ouve
por acaso e ri: “As
pessoas poderiam ser mais ingênuas? Vocês afirmam ser tão
racionais e entendidos, tão avançados... E vocês foram enganados por um
romance? Bem, vocês encontrarão seu autor em breve. Aí poderão pegar um
autógrafo!”.
Não importa como o não-cristão morreu, ou que tipo de
pessoa você pensa que ele era, se morreu incrédulo está agora no inferno –
queimando, queimando, queimando! Combine todas as angústias mentais que você já
sofreu e toda a agonia física já suportadas, multiplique sua intensidade um
milhão de vezes, e estenda sua duração por toda a eternidade, e você terá uma idéia
vaga do que ele passa neste exato momento. Mas nossa imaginação nos impede,
pois
tudo o que podemos imaginar é muito fraco quando
comparado ao que Deus está fazendo ao seu amigo ou parente. Assim, eu me
contenho, para que minha descrição não faça o inferno soar muito agradável.
Deus nunca faz um serviço pela metade – o que promete, ele cumpre, e
quando castiga, ele vai até o fim.
Você pode pensar que sou um homem rude e insensível por
dizer tudo isso. Talvez seu
amado também considerasse o evangelho e quem o pregasse a
ele rude e insensível. Mas
agora ele está no inferno, e é tarde demais. Ele está
perdido para sempre. Mas ainda há
esperança para você. Você ainda pode ser salvo, hoje, se
Deus lhe der a graça para dizer: Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a
salvação” (Jonas 2:9)
“Deus, tem
misericórdia de mim, pecador”. Corra para Jesus Cristo agora. Clame: “Senhor, salva-me”.
Ele concederá luz para a sua mente débil, e vida para a sua alma miserável. Finalmente,
o que dizer sobre os cristãos que morrem? Certamente algumas pessoas dentre as milhares
que pereceram eram crentes. Deus as julgou também? Não podemos afirmar além do
que a Bíblia revela, mas podemos ser tão específicos como os princípios gerais
revelados
na Escritura nos permitir. É possível que alguns cristãos
tenham sido incluídos como um ato final de disciplina paternal para com eles,
de forma que, embora tenham morrido com o mundo, não foram condenados com o
mundo. Ou, talvez alguns deles foram incluídos porque Deus usaria a morte deles
para inspirar fé, reverência e santidade em outros, e ao mesmo tempo endurecer
aqueles que Deus queria endurecer. Essas são apenas algumas das possíveis
razões que podemos deduzir a partir da Escritura, das
quais poderíamos derivar muito mais. Mas seria perigoso especular sobre a razão
de Deus escolher um crente específico para morrer de tal maneira. O que sabemos
com toda a certeza é que esses cristãos não estão se queixando agora. Eles
não estão gritando em agonia ou amaldiçoando a Deus pela
forma que seu corpo pereceu. Eles estão descansando na presença de Deus,
agradecidos, adorando e até mesmo pulando de alegria! Eles não mais sofrerão
dor e enfermidade, ou guerra, terrorismo, enchentes ou incêndios. Se o seu
amado morreu como cristão, então saiba que ele recebeu conforto e recompensa
abundantes por seu labor e sofrimento. E não há outro
lugar onde ele desejaria estar, senão onde está agora. Não há necessidade de
preocupar-se com ele, ou de chorar sobre como ele morreu. Pela graça de Deus,
ele conseguiu, chegou lá. Agora é tempo de pensar sobre a condição da sua alma.
Você tem a fé que ele tinha? Você se arrependeu de seus pecados e creu em Jesus
Cristo para sua salvação, assim como o seu amado tinha feito? Em caso
afirmativo, você o verá novamente, e que reunião será
essa! Mas se você não se arrepender e não
crer, então um dia Deus tirará sua vida e o lançará no lago de fogo. E você
será contado com os assassinos, os adúlteros, os homossexuais, os caluniadores,
os praticantes de feitiçaria, os amantes do dinheiro e do prazer, e todos os
idólatras e incrédulos.
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